quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Sombras do passado - Vida de Katy Kordelious


Sombras do Passado (Vida de Katy Kordelious)

 

Olá, queridos leitores!

Depois de alguns anos sem postar histórias — por falta de tempo e também por motivos pessoais — estou finalmente tentando retornar.

Nesta seção, vou compartilhar pequenos capítulos como continuação da história “Vida de Katy Kordelious”. Haverá também algumas mudanças em “Destinos Cruzados”, que estou pensando seriamente em apagar.

Espero de coração que vocês gostem desse primeiro capítulo e embarquem comigo nesse retorno!


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CAPÍTULO 1: A VISITA INESPERADA QUE VIROU LANCHINHO





A noite estava silenciosa, até que Katy atravessou os portões do castelo do Conde Straud. O treino havia sido intenso, mas nada se comparava à revelação que ele fizera:

— Você carrega o sangue ancestral, menina… É por isso que ressuscitei você, é por isso que o poder corre em suas veias. Você tem meu sangue, é minha tatatatataraneta! Acha que agüentou uma gravidez quando era humana por sorte?

Katy olhava para o conde, engolindo seco e ele continua falando: — Harrison não foi atraído por você por acaso… foi o seu sangue que o chamou.




As palavras ecoavam na mente dela como um veneno. O que antes era amor parecia agora uma dúvida cruel. Será que Harrison me ama de verdade… ou só ama o poder que carrego?



Katy deixou o castelo de cabeça baixa, andando pensativa: “estamos casados há 4 anos, temos dois filhos, será que o que ele sente por mim é apenas pelo sangue?”

E ao se aproximar de casa, viu um ladrão tentando forçar a porta. Os olhos dela brilharam por instinto e, antes mesmo de pensar, a energia ancestral pulsou:



— Pare! — ordenou, e o ladrão ficou hipnotizado, imóvel diante dela.





De dentro da casa, Harrison sentiu o cheiro do estranho invadindo sua casa. Em segundos estava abrindo a porta com calma, os olhos frios, a presença protetora. Sem hesitar, mordeu o ladrão, cravando suas presas, bebendo apenas o suficiente para enfraquecê-lo. Harrison não gostava de morder humanos, mas faria de tudo para proteger sua família — mesmo que sejam vampiros.

— Nunca mais volte à minha casa. Esta é a minha família, e eu protejo o que é meu! — Diz Harrison olhando por cima do ombro.



Alice, assustada pelo barulho, espiou pela porta e viu o ladrão desmaiar. Quando viu, correu para o quarto, sem compreender o que acontecia.

Katy, ofegante, pegou o telefone e chamou a polícia. Minutos depois, um oficial chegou. O ladrão, ainda zonzo, tentou se justificar:

— Fui atacado… por vampiros!



O policial soltou uma gargalhada. — Ah, essa é boa. Vem comigo.





O criminoso, furioso, partiu para cima do policial. Mas o agente era rápido e, após uma briga desajeitada, dominou o ladrão, algemando-o sem dificuldade.





A paz finalmente voltou. Katy entrou em casa e encontrou Theodoro — seu filho caçula de 1 ano e meio — no sofá, comendo alegremente, sem ter ideia da confusão lá fora. Ela suspirou, pegando o pequeno no colo. Limpou as mãozinhas, trocou a sua fralda e o colocou na cama, cobrindo-o com carinho.

Logo em seguida, deu de cara com Alice na cozinha, tomando leite. A menina ainda estava assustada, mas tentou disfarçar.



— Alice, quantas vezes eu já falei pra não deixar vasilhas espalhadas pela casa? — disse Katy, firme, mas com ternura na voz.

Alice baixou os olhos, sem discutir. E katy beija a testa da filha.

No silêncio que se seguiu, Katy buscou Harrison. Ele a esperava na sala, olhar preocupado. Katy desabafa com ele:



— O Conde Straud me contou tudo, Harrison. Sobre o porquê de ter me transformado. Disse que meu sangue é ancestral, que foi isso que te atraiu para mim… — a voz dela quebrou, carregada de insegurança. — Você só me ama por causa disso?

Harrison se aproximou, pegando a mão dela.

— Katy, eu não te amo pelo seu sangue. Eu te amo porque você é você. A mulher que desafia a escuridão, que me deu uma filha incrível e um filho que ilumina nossas noites. Eu amo a sua risada, o seu coração… eu amo a minha família.



Katy o encarou nos olhos, buscando a verdade. Ele apertou sua mão com firmeza, e naquele instante ela soube: o amor deles era real.

Theodoro dormia em paz em sua caminha, Alice se preparava para dormir.  Do lado de fora, a lua iluminava a casa dos Belvedere, protegida não apenas por poderes ancestrais, mas pelo amor que unia aquela família incomum.