SOMBRAS
DO PASSADO (VIDA DE KATY KORDELIOUS)
CAPITULO 2:
NEM TUDO É PARA SEMPRE
Uma noite
quente em Forgotten Hollow
A família Belvedere aproveitava o aconchego do lar. Alice e Theodoro brincavam
animados no quarto, enquanto, na sala, Katy e Harrison conversavam diante da
lareira acesa.
— Então... Minha esposa mais linda. A mulher mais sensacional deste mundo. – Diz Harrison para Katy.
— O que você quer Harrison? — Katy o questiona.
— Ué, não posso elogiar o amor da minha vida? — Ele pergunta sorrindo.
Katy arqueou uma sobrancelha, divertida, ao perceber
a mão dele acariciando sua barriga.
— E por que está me fazendo cafuné na barriga como se tivesse um bebê aí dentro?
Ele ri. — Porque ando pensando em como você é uma mãe incrível... E como fica ainda mais linda grávida. Eu perdi a gestação da Alice, mas a do Theodoro eu pude acompanhar.
Katy revira os olhos sorrindo. — E virou um grude, né? Nem me deixava fazer nada!
— Claro! Não podia deixar a mãe dos meus filhos se cansar!
Katy riu, balançando a cabeça e diz:
— Você é bobo!
— Sou, e sabe mais o quê? — disse ele, voltando a acariciar a barriga dela. — Você é gêmea.
— E...?
— E isso significa que temos boas chances de ter gêmeos também. Que tal
irmos ali rapidinho… testar essa teoria?
Katy soltou uma risadinha e o olhou com aquele misto de amor e incredulidade.
— Você é impossível.
— E você adora isso!
Nem precisou explicar o que aconteceu depois.
Mais tarde naquela noite...
Depois que Alice saiu para dar um mergulho na piscina, Katy foi até o quarto de
Theodoro. O pequeno parecia um pouco abatido, olhando para o chão.
— Por
que esse rostinho triste, meu amorzinho? Quer brincar com a mamãe?
Assim que ela
perguntou, Theodoro soltou um gritinho animado e abriu os bracinhos. Katy o
pegou no colo e começou a brincar, girando-o no ar enquanto ele gargalhava.
— Olha só
esse aviãozinho voando!
Theo ria alto,
encantado com a brincadeira, até que Katy franziu o nariz.
— Espera
aí… que fedor é esse, Theodoro?
O menino caiu na
risada, orgulhoso da própria “travessura”.
— Ah não…
eu devia ter desconfiado desse sorrisinho!
Ela suspirou,
pegou uma fralda limpa e foi direto resolver a situação.
— Pronto cheirinho de bebê de novo!
Mas, da próxima vez, avisa a mamãe antes de causar um desastre desses,
combinado?
Theo respondeu com uma risadinha sapeca e
Katy, mesmo cansada, não resistiu e sorriu também. Ser mãe era exaustivo, mas
momentos como aquele faziam tudo valer a pena.
— Mãe, tô com fome!
— Pelo menos a senhorita se secou antes de entrar, né?
Antes que Katy pudesse dizer mais alguma coisa,
Theodoro correu até a irmã e a abraçou com força. Alice retribuiu o abraço,
sorrindo.
— Mãe, tô com fomeeeee!
— Já entendi, mocinha! Vamos preparar algo
juntas, o que você quer comer?
— Almôndegas!
E lá foram mãe e filha para a cozinha. Entre risadas, farinha voando e temperos espalhados, Alice ajudava como podia, mexendo a massa, modelando bolinhas tortas e, claro, provando o molho antes da hora.
Katy observava com ternura, o coração leve. Aquele tipo
de bagunça, que antes a deixaria exausta, agora era o que ela mais amava na
vida.
Logo, o cheirinho de comida boa se espalhou pela
casa. Harrison apareceu, atraído pelo aroma.
— Vocês são incríveis! — Harrison
comenta todo apaixonado por sua família.
— Ótimo! Então você lava a louça!
— Justo... — respondeu ele, rindo.
Pouco depois, todos estavam reunidos na sala, com o
fogo da lareira crepitando ao fundo.
Theodoro devorava o prato, e Alice já pedia para repetir, tanto que quando Theodoro terminou sua refeição e saiu do sofá a pequena loira se sentou ondem seu irmãozinho estava. Harrison olhava para os três com um sorriso de canto, enquanto Katy, cansada e feliz, se recostava no sofá.
Naquele instante simples — risadas, comida e amor —
ela sabia que não precisava de mais nada.
**************************************************************
A
casa Belvedere estava cheia de risadas. Alice e Theodoro se divertiam no sofá
enquanto Harrison cochichava algo ao ouvido de Katy, com aquele sorrisinho
travesso de sempre.
Harrison,
em tom baixo, pergunta para Katy: — Será que já temos nossos gêmeos no
forninho?
— Bobo! Vamos colocar as crianças pra dormir —
já está tarde. E depois... você lava a louça!
— Como quiser, senhora Belvedere. Você é quem
manda!
Enquanto
os dois trocavam olhares, Alice contava algo para o irmão, e Theodoro caía na
gargalhada. Era impossível não sorrir diante daquela cena.
Logo,
o pequeno pediu para brincar mais um pouco com o pai. Harrison, claro, não resistiu.
Levantou-o nos braços e começou a girar pela sala, fingindo ser um avião.
Theodoro ria alto, com os bracinhos abertos como asas.
Depois
da brincadeira, o menino se aninhou no colo do pai, sonolento. Harrison o levou
até o quarto e o colocou na cama com um beijo na testa. Katy fez o mesmo com
Alice, que já mal conseguia manter os olhos abertos.
A
casa ficou em silêncio. Apenas o som suave da lareira preenchia o ambiente.
Katy voltou à sala, desligou a TV e, antes que pudesse dizer qualquer coisa,
sentiu os lábios de Harrison em seu pescoço.
Harrison sussurra para
a sua amada esposa e diz: — Louça
lavada, crianças dormindo… agora somos nós dois.
Katy sorrindo apaixonada diz: — Eu te
amo.
E
loiro responde: — Eu te amo mais.
Ele
a puxou para um abraço apertado seguido de um beijo apaixonado (ai ai eu amo esses dois), e por um instante, tudo parecia perfeito — o
calor da lareira, o silêncio da noite e o amor tranquilo que os envolvia.
***************************************************
Seis
meses antes...
Muito
longe dali...
Em
uma antiga masmorra, envolta por teias e cheiro de mofo, um vampiro chorava
diante de uma urna de pedra. Ele era um capanga fiel da finada malvada e maior
vilã que tivemos nessa história — Suzana Swan. O vampiro era conhecido como
Orfeo.
— Minha rainha... minha deusa... o amor da
minha vida. Grande Suzana... você não deveria ter morrido. Maldito seja,
Harrison!
Ele caiu de joelhos, as
lágrimas manchando o chão frio.
— Eu prometi que traria
você de volta! Eu quero você de volta! Eu preciso de você! Nossos filhos
precisam.
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário