Capítulo 2: O grande dia!

Chamo-me Harrison Belvedere

Eu acabei de acordar. Na verdade, mal consegui dormir. Eu estava muito ansioso pela nova jornada, a qual enfrentarei a partir de hoje, e também pelo que aconteceu ontem sobre eu ter salvo aquela menininha estranha. Ah! Que mal educado que sou! Perdoem-me, deixe que eu me apresente: sou Harrison Belvedere, mas para os íntimos, apenas Harry. Eu, além de bonitão, charmoso, inteligente e modesto, hehe, também sou um... vampiro.

Bueno! Deixe-me contar um pouco sobre minha vida, ou melhor, minha existência. Vivo com Suzana, Marina, Agnes e Nicolas. Todos são vampiros como eu. 

Suzana foi minha primeira mestra. Ela é segura de si, cabeça quente, mandona e nada amável, porém uma ótima líder.

Marina é inteligente e decidida, ela é a conselheira de Suzana, seu braço direito.

Nicolas é valente e destemido, um tanto paquerador (não pode ver um rabo de saia que já o quer, hehe).

 E Agnes: sempre doce, meiga e carinhosa. Vivemos juntos, protegendo uns aos outros de outros vampiros e caçadores.

Há exatas duas semanas nos mudamos para Forgotten Hollow. 

É um lugar aconchegante para vampiros e assustador para humanos. Os dias são mais curtos que as noites e há sempre névoa e neblina pelo ambiente. As noites são perfeitas para caçarmos. Pretendemos ficar por um tempo e logo ir embora. Vampiros não ficam muito tempo em um mesmo local, pois se morássemos sempre na mesma cidade, logo despertaríamos a suspeita dos moradores locais, pois nunca envelhecemos.

O motivo pelo qual viemos para Forgotten Hollow foi pelo fato de aqui residem dois grandes mestres vampiros: os “irmãos Vatore”, e que são conhecidos de Suzana. Suzana solicitou que eu fosse até a casa deles pedir treinamento vampírico, tanto para mim como para Agnes e Nicolas. Somos meio novatos nessa "vida de vampiro" e considerados como "crianças" pelos vampiros experientes.

Bom, ontem fui até a mansão dos Vatore. Chegando lá, uma moça de cabelos negros e olhos castanhos me recebeu. Seu nome é Lilith Vatore. Ela foi bem atenciosa comigo e já estava a minha espera, pois Suzana havia avisado com certa antecedência. Ela me convidou para entrar, enquanto ia chamar seu irmão. Observei a casa. Ela é muito bonita! Bem clara e iluminada, nem aparenta que moram vampiros aqui. 

Lilith retorna com seu irmão e ele me cumprimenta educadamente. 

Nós começamos a conversar sobre o treinamento e tudo o que pretendíamos fazer durante a nossa estada em Forgotten Hollow. Eles são bem simpáticos e aparentam estar dispostos treinar a mim e a meus amigos. Ao fim de nossa conversa, ficou decidido que íamos nos encontrar ali mesmo, no dia seguinte, para começarmos o treinamento. 

O que me deixou muito entusiasmado! Mal posso esperar por isso!

Depois disso, me despedi dos irmãos e pensei em conhecer os arredores; me transformei em morcego e fui voando sem direção, pensando no treinamento. Até que cheguei em outra cidade, não sei o seu nome, mas ela é bem diferente de Forgotten Hollow.

Vi um parque, no qual havia poucas pessoas e algumas crianças, eu pousei e me transformei novamente em vampiro, peguei meu relógio (faltavam poucos minutos para as 22 horas) e pensei: “como podem crianças estarem a esta hora na rua?”. Fiquei observando atrás de uma árvore por ali. Mal me lembrava de como era brincar e ser pequeno, pois faz muitos anos isso.

Quando, de repente me deparei com uma menina correndo. Ela estava chorando? Por quê?

Vi então, que ela corria em direção à faixa de veículos e um carro estava vindo em sua direção! Será que ela não percebeu o carro?

Sem pensar duas vezes, utilizei meus poderes hipnóticos e fiz com que o motorista parasse o carro imediatamente, e também gritei para ela, chamando sua atenção. Vi que ela saiu correndo de volta para local seguro e ficou olhando para os lados a procura de minha voz, mas não me encontrou e nem queria que me visse.

Em seguida, hipnotizei um taxista, que estava conversando com algumas mulheres por ali, e o fiz levar a menina pra casa. Tinham outras crianças com ela, e todas foram embora no táxi.

Com tudo isso, acabei perdendo a hora. Fiquei exausto com o gasto energético que tive, pois precisei usar meus poderes hipnóticos para salvar a tontinha, somado ao uso da forma de morcego, para me mover mais rapidamente para casa. E quando cheguei em casa, levei bronca do pessoal!

Quando me questionaram por onde andei, tive de esconder o que fiz. Nem eu mesmo sei o porquê de ter agido daquela forma! Mas me senti feliz por isso. Será que virei um tipo de herói? Hahahaha!! Claro que não, bobagem pura! Nunca mais irei ver aquela menina. Foi só um ato bondoso do dia!

 Enfim, eu e o pessoal de casa fomos caçar. E retirei minha touca, pois poderia perdê-la no caminho. 

Nicolas, Suzana, Marina e eu caçamos alguns sims. Agnes não quis caçar, mas ficou por perto apenas olhando as flores em sua volta. Quando estava quase amanhecendo, voltamos para casa. 

Antes de deitar em meu caixão, Suzana me deu uma olhada por alguns segundos. Não me sinto confortável com esse modo dela comigo. Uma vez ela me beijou, mas não a vejo como um amor para mim, apenas como uma mestra importante. 

Deitei em meu caixão, mas demorei a dormir, pois ainda pensava em tudo o que tinha havido. Apesar do sono conturbado, consegui descansar um pouco.

E, agora, estou aqui, deitado em meu caixão pensando em tudo o que aconteceu! 

Marina: Acordem pequenos vampiros! Hoje é o grande dia de vocês.

Nicolas: Ahhhh. Quero dormir mais dez minutos.

Agnes: Bom final de tarde, meus amores!

Harry: Já estou levantando. Não perco esse dia por nada!

Suzana: Ora! Deixe de moleza e frescura! Fiquem prontos logo! Não quero mais enrolação! 

Nossa! Hoje ela acordou muito furiosa!

Enquanto Nicolas vai ao banheiro, Agnes e Marina vão à cozinha, e eu fico por último no quarto. Quando vou sair, sou puxado pelo braço por Suzana.

Suzana: Então hoje é o seu grande dia! Na verdade, o primeiro de muitos! Você será um grande mestre, Harry!

Harry: Err... Sim, Suzana. Poderia, por favor, largar o meu braço?

Ela largou, mas tocou com as duas mãos em meu peito e continuou:

Suzana: Mal posso esperar para ver a sua nova força e seus novos poderes, meu querido. Você é um homem que qualquer mulher que o veja, sente desejos inexplicáveis!

Eu tento tirar suas mãos de mim, mas ela me puxa e me rouba um beijo. Ela é linda, mas não a amo. Pretendo ter uma família, mas não com ela.

Harry: Suzana, não faça mais isso, por favor! Sinto muito, mas não gosto de você deste jeito.

Suzana: Peço-lhe perdão, meu querido. Desça e fique pronto, que eu irei com vocês.

Ela dá um pequeno sorriso e sai. Acho que a magoei. Me sinto culpado por não corresponder a seus carinhos, pois ela sempre é boa comigo, mesmo sendo mandona. Bom... é melhor eu fingir que nada aconteceu e descer.

Faço minha higiene pessoal e, em seguida, vou para a sala, e converso sobre quanto tempo pretendem ficar por aqui.

Marina: Ficaremos o suficiente para vocês adquirirem alguns poderes, que provavelmente serão de três a cinco anos. Logo após isso, vamos para Lua Azul: lá temos os mestres Leônidas e Anton que irão treiná-los. Lembrando que, enquanto estivermos aqui, nada de contato com humanos! Não é seguro para nós!

 Nicolas: Por que temos que nos esconder deles? Somos muito mais fortes que eles! Eles são apenas nossa refeição. Quem deveria ter medo eram eles!

Suzana: Não subestime os humanos, meu querido. Eles possuem sabedoria suficiente para acabar conosco.

Agnes: Algumas pessoas são adoráveis! Principalmente alguns bebês e crianças! Hihi.

Quando Agnes falou em "crianças", me lembrei da menina de cabelos cacheados e agora quero saber como ela está. Vou tentar dar uma escapada hoje ou amanhã, e ir vê-la. Não sei o porquê de eu estar preocupado com ela. Ela parecia tão triste e sozinha, mesmo com aquelas crianças junto a ela. Porém, estou com muita vontade de saber se ela está bem.

Marina: Bom! Está na hora. Eu ficarei aqui. Vou cuidar de nossas plantas. As árvores de plasma precisam de água. Desejo-lhes sorte!
Nós três agradecemos e vamos com Suzana. Chegando lá, Caleb nos recebe.

Caleb: Ora, ora... Mas que prazer em vê-lo novamente, trazendo agora esse rapaz e essas belas damas! Suzana! Há quanto tempo? Entrem!

Suzana: Olá, Vatore. Como vai? Agradeço que aceite meus queridos para mentoreá-los.

Caleb: Deixe de formalidade. Todos vocês me chamem apenas de Caleb. É um prazer ser o novo mestre de vocês!
Lilith aparece e nos cumprimenta. Suzana se despede e volta para casa. 

Caleb nos mostra os quartos que ficaremos durante os treinamentos. Acho meio estranho, pois a casa não tem caixões. Lilith oferece pacotes de plasma para bebermos e diz que logo começaremos com o treinamento.

Por que você tem que ser tão malvada?

Acordo com gritos e batidas fortes na porta do meu quarto. Minha mãe é a pessoa que está fazendo isso. Eu, Keyla e meus primos acordamos, fazemos nossa higiene pessoal e descemos para a sala. Chegando lá vi minha tia Clarissa, sentada perto de papai e no outro sofá está mamãe com cara de poucos amigos. O que ela está fazendo aqui?

Iolanda: Finalmente desceram! Meninos, façam suas malas que vocês irão embora!

Keyla: Como embora, mamãe? Eles iam só depois de...

Keyla, que usa uma camisola igual a minha,  não consegue terminar o que ia falar, pois mamãe a interrompe.

Iolanda: KEYLA, FIQUE QUIETA! Eu liguei para Clarissa e ela veio buscá-los. Não quero vocês quatro aprontando.

Clarissa: Você é insuportável, Iolanda! Como pode ser tão chata, ranzinza e desagradável? Eles são crianças! Já conversaram com eles sobre o ocorrido e eles entenderam, não foi? Então deixa de ser ridícula!

Iolanda: OLHA AQUI! VOCÊ ESTÁ NA MINHA CASA E NÃO TEM O DIREITO DE FALAR ASSIM COMIGO NA FRENTE DAS CRIANÇAS!

Clarissa: Eu não sei como o Aguinaldo pôde casar com você! Aguinaldo, peça divórcio dessa mulher! Ela é um atraso de vida, não está percebendo?

Iolanda: Olha aqui, sua...

Papai interrompe a conversa e fala.

Aguinaldo: Irmã, cada família tem problemas, né? Eu nem sabia que ela tinha ligado para você. As crianças já aprenderam a lição, Ioio! Isso não é para tanto!

Clarissa: Eu que não quero que meus filhos fiquem perto dessa bruxa, interesseira e mal educada!

Iolanda: Sumam daqui agora!

Eu comecei a chorar. Até Keyla também está chorando. Nós nos abraçamos e ficamos olhando nossos primos irem embora. Mamãe os escorraçou, e titia também. Puxa mamãe, queria que a senhora não fosse assim. Por que você tem que ser tão malvada?

Preciso saber se está bem!

Lilith nos mostra alguns de seus poderes.

E, em seguida, Caleb mostra os dele.

Lilith pede para que mostremos os nossos poderes também.

Nicolas diz que é melhor na luta do que usando os poderes vampíricos. Lilith aproveita a chance e informa que deseja lutar com cada um de nós, mas primeiro quer ver como estão nossas forças. Ela organiza como serão as lutas e seguimos para Granite Falls, que é um local onde tem muitas árvores e uma linda cachoeira, mas é muito afastado da civilização. Um lugar perfeito para ficarmos longe de olhos curiosos

E começa a luta. Primeiro Nicolas e eu.

Depois Lilith e Agnes.

Caleb marca o tempo que cada um durou. Agnes não durou nada, pois ela é muito desligada e não prestou atenção em nada do que foi dito. Depois disso, Lilith anotou em seu caderno e pediu que eu lutasse com Caleb, e ela com Nicolas. Depois, trocaríamos os nossos adversários.

Caleb pede a Agnes para ela se concentrar. Desta forma, ele usa um de seus poderes, o “controle vampírico”, e a faz se exercitar. 

Todos nós rimos de tudo isso.

Faltam três horas para amanhecer. Caleb encerra nosso treinamento por hoje e diz que deveríamos beber alguns pacotes de plasma, tomar um belo banho e dormir para ficarmos preparados para o próximo treinamento.

Nicolas: Vamos caçar? Estou morrendo de sede!

Caleb: Nós aqui não caçamos. Não bebemos de outros sims sem sua permissão. Apenas se estes forem nossos amigos e nos concederem!

Harry: E como sobrevivem?

Lilith: Bebemos tanto pacotes, quanto frutas de plasma. Às vezes, quando estamos com muita sede e esses não são suficientes, eu e Caleb vamos até algumas festas e utilizamos um poder que temos, a “Atração Vampírica”, que faz com que os sims em nossa volta nos achem atraentes, e eles nos concedem mais facilmente o seu plasma.

Caleb: Além disso, aproveitamos para paquerar e ganhar alguns beijos. Hehe!

Agnes: Nossa! Eu quero esse poder! Hihi. Não gosto de beber dos sims. Tenho pena.

Nicolas: Pena? Pois deveria voltar a ser humana, então! Onde já se viu ter pena de humano? Eles não são nada, apenas nossa refeição.

Caleb: Calma aí, Nicolas! Nem todos os vampiros são arrogantes. Não é obrigatório sermos inimigos dos humanos! Podemos viver normalmente entre eles. Eu e Lilith, por exemplo, trabalhamos produzindo eventos, pois gostamos de estar perto dos humanos.

Harry: Interessante, mas eu não preciso desse poder. Eu já nasci atraente.

Todos riem da minha cara! Humpf! Eu só disse a verdade!

Lilith: Vamos, então? Você também, tá? “O atraente”! hahaha.

Todos riem mais ainda. Eu concordo com a cabeça e vamos para casa dos Vatore.

Quando todos estão dormindo, eu saio de fininho e vou até a casa da garotinha.

Eu estava perto, quando avisto um vampiro se preparando para invadir a casa da menina. Droga! 

Eu avanço nele e lutamos.

Eu perco, pois estou fraco pelo treinamento! Que ódio! Preciso aumentar minha resistência física. 

Preciso aumentar minha resistência física.

 O vampiro vê que estão vindo alguns sims e vai embora. 

Eu me arrasto até os fundos da casa e desmaio.

Acordo com alguém falando comigo. É a menina!

Katy: Oi! Você está bem?

Harry: O que você está fazendo aqui?

Katy: Haha! Eu moro aqui.

Ela sorri para mim e eu fico morrendo de medo dela. Medo de uma humana? Por quê? Ela ajuda a me levantar e acabo sentindo dor na pele.

Katy: Você está queimando.

Ah!! Já é de dia! Preciso sair do sol! Vou morrer se continuar aqui.

Eu vou até um banco da área da casa dela e me sentei. Ela foi dentro de casa e voltou com um copo de água.

Katy: Por que você estava queimando? Eu te trouxe água.

Harry: Obrigado. Eu sou sensível a luz.

Katy: Você protegeu a minha casa do ladrão.

Harry: Quê? Como você sabe?

Katy: Eu acordei com o barulho e vi pela janela.

Harry: Ei guria! Você não deveria estar falando com estranhos.

Katy: Meu pai sempre diz isso, mas você é bonzinho: salvou minha casa e tá conversando comigo. Se fosse mal já tinha feito alguma coisa.

Nossa! Essa menina é esperta!

Katy: Você quer brincar comigo?

Harry: Outro dia nós brincamos. Agora, eu preciso ir embora.

Katy: Meu nome é Katy. E o seu?

Harry: Meu nome é... é... Eduardo!

Katy: Volta para brincar comigo tá, Dudu?

Não posso dizer meu nome verdadeiro a ela. Dudu? Que fofa! Já ganhei até um apelido.

Harry: Está bem, Katy. Se cuide e tome cuidado com os carros.

“Droga! Cala essa boca, Harrison!”

Katy: Hã?

Harry: Olha lá uma borboleta azul!

Invento a tal borboleta e ela olha para outro lado. Consigo me transformar em morcego e vou embora.

Sou muito idiota mesmo. Ela não poderia ter me visto. Droga! Mil vezes droga! Bom, pelo menos Katy está bem e isso o que importa!

Continua...

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Agradecimentos:

Agradeço a sua visita e por acompanhar as aventuras de Katy. 

Sugestões de histórias:

v "Vermelho e Verde" da autora Andrea Freitas.

v "Dama do Lago", da autora Nathália Lopes.