Entrelaçados - 1 - Um Raio Lilás de Esperança

Entrelaçados - Sinopse

Uma garota foi morar com sua irmã mais velha em um lugar diferente de onde ela vivia. Nisso, ela foi escolhida para ser “babá” de um garoto rebelde e nada educado, que não gosta dos negócios da família e que deseja viver com total liberdade com seus amigos e sua música. De início, um não curte o outro, mas será que com o tempo e a convivência vai rolar algo entre eles? 
Acompanhe aqui minha nova história! :)

Entrelaçados - Capítulo 1

Um Raio Lilás de Esperança

Heliodoro - Algum lugar do Quarto Império.

Casa dos Dietrich.

Laila, a jovem de cabelos lilás, estava afinando seu violão na sala de casa quando se depara com a chegada de seus pais.

- Oi, mamãe e papai! Chegaram cedo hoje. - Ela comenta ao ver seus pais que estavam sorridentes ao verem a filha.

- Oi, filhinha! Chegamos sim, pois temos novidades. - Diz Beatriz, a mãe de Laila, animada.

- Qual? - Laila pergunta curiosa.

- Você sabe que na próxima semana, eu e seu pai faremos trinta anos de casados. - A mãe comenta.

- E nosso sonho sempre foi viajar pelo mundo inteiro. Conhecendo o máximo de lugares possíveis. - Miguel, o pai de Laila, diz calmamente.

- O que vocês querem dizer com tudo isso? Vocês estão falando muito... Tem coisa aí, né? - A filha questiona aos pais.

- Bom, filhinha, eu e seu pai compramos passagens para vários lugares do mundo! - Diz a mãe, animada, balançando o passaporte.

- Mas eu tenho aula, ainda é maio e... - Laila estava falando quando é interrompida por seu pai que pede para todos se sentarem.

- Minha filha, essa viagem é apenas para sua mãe e eu.

- Hã? - Laila faz uma careta confusa. - Mas e eu?

- Você tem 16 anos e é menor de idade. Vai morar com sua irmã, Alicia. – Beatriz responde.

- A Alicia? Mas a Alicia mora longe daqui. Do outro lado do país! - Exclama a garota começando a ficar irritada.

- Não exagera, Lailinha! São mais ou menos três mil quilômetros daqui. - Diz o pai sorrindo.
- Mas como eu vou morar com a Alicia? Ela é avoada, não vai se lembrar de me buscar aqui!

- Laila! Ela é sua irmã mais velha! É casada e tem um filhinho, seu sobrinho. Você vai amar morar com ela e conhecer ainda mais o pequeno Peter. Já falamos com ela. Ela está super animada. E estava encarregada de encontrar uma escola nova para matricular você. Ela será sua responsável enquanto eu e sua mãe estivermos viajando. - Diz o pai, olhando para a esposa, que confirma com a cabeça.

Laila estava chateada pela notícia repentina da viagem e pelas mudanças que ela enfrentará. Depois do jantar, a garota vai para o seu quarto organizar as suas coisas e fica pensando em tudo o que seus pais falaram durante o jantar:

"Meus pais só podem ser doidos! Aonde já se viu inventar viagem de segunda lua de mel assim do nada! Ainda é maio e eu tenho que mudar pra outro lugar porque meus pais só pensam neles. Como eu vou ficar? Perder meus amigos, minhas aulas, minha vida aqui e tudo será novo! Começar do zero em um lugar que nunca fui na minha vida e nem sei como irão me tratar lá. Eu tô completamente furiosa com isso! Amanhã logo irei embora e nem consegui me despedir de ninguém. Só pelas redes sociais."

Laila termina de arrumar seus pertences, fica alguns minutos conversando com amigos pelas redes sociais e em seguida, deita-se em sua cama para dormir.

No dia seguinte, Laila toma café-da-manhã com seus pais. A mãe já havia solicitado um documento com a diretora na escola de Laila para a transferência da garota para uma nova escola. Neste instante, Beatriz estava imprimindo o documento que acabara de receber por e-mail da diretora. Após a impressão, ela entrega a filha e diz:

- Toma, Laila. Aqui está o documento de transferência de escola e a diretora já enviou seu histórico escolar. Isso ajudará com a matrícula na nova escola o mais rápido possível. Suas notas sempre foram excelentes. E também aqui o documento que autoriza a Alicia ser a sua responsável. - Ela entrega e logo se senta para tomar seu café da manhã.

- Minhas notas vão cair com essa mudança idiota de escola.

- Não vão, não, e não diga isso! Você é muito inteligente e outro lugar te fará bem! - Diz o pai, tentando animar a garota.

- Bem? Algo nada planejado?! Vocês simplesmente estão me jogando para os cuidados da Alicia por eu ser um estorvo!

- Para de dizer bobagens, Lailinha! E depressa! Vamos logo para você não perder o vôo! - Diz a mãe para a filha.

Laila não consegue comer nada no café-da-manhã. Ela estava muito chateada e irritada por tudo que estava prestes a acontecer que nem fome teve. Mais tarde, todos vão até o aeroporto. Seus pais se despedem da garota. Os dois logo também pegariam vôo para dar início a sua segunda lua de mel. Horas depois, Laila chega ao seu destino: San Myshuno.

San Myshuno.

Laila chega até o local onde sua irmã mora. Ao descer no aeroporto de San Myshuno, ela pede informações para pegar um táxi. Ela tinha a endereço de sua irmã e o taxista a levou para o local indicado pela garota.

A guria chega ao endereço de sua irmã mais velha. A garota entra em um prédio enorme localizado na Cidade Alta e com a ajuda do porteiro, ela pega o elevador; e assim, chega ao andar indicado pelo mesmo.

Laila está em direção para tocar a campainha, mas é surpreendida por alguém a recepcionando. Um bebê, de três anos e meio, abre a porta com força e ao ver Laila, ele faz uma careta.

- Peter! Você deve ser o meu sobrinho. - Fazia tempo que ela não o via. - Você era um neném desde a última vez. E pelas fotos... - Ela dá uma pausa em sua fala e procura por fotos em seu celular, fotos que Alicia lhe havia enviado. - É você mesmo! Eu sou sua tia, Laila, e... – Mas a garota é interrompida por um Peter furioso.

- CALA A BOCA, SUA FEIA! - Ele grita para a garota e fica esperneando furioso.

- Ei, ei! Fica calmo! - Laila tenta acalmar o sobrinho, mas ele grita mais ainda, chamando atenção dos vizinhos que começam a sair de seus apartamentos. Laila houve murmurinhos dos mesmos:

"Só podia ser na casa da Alicia mesmo!"

"Garoto mimado!"

"Precisa de uma boa lição por ser tão escandaloso!"

"A mãe não sabe criar o filho!"

Laila ao ouvir os comentários, logo pensa:

"Puxa, pelo jeito não é só comigo que o Peter age assim. De toda forma, ele é um bebê e a Alicia precisa saber sobre isso."

Laila estava mergulhada em seus pensamentos e não viu quando sua irmã aparece.

- O que foi filhinho? Por que está gritando? - Ela pergunta pegando o filho no colo.

- Puxa, eu fui tomar banho e me esqueci de trancar a porta. Você já chegou, Laila! Eu estou tão feliz em te ver. Venha, vamos entrar.

Todos entram. Alicia solta o filho com seus brinquedos e logo abraça a irmã caçula.

- Meu Grande Prisma! O que os pais inventaram! Te mandaram aqui e me avisaram em cima da hora. Não consegui ir te buscar no aeroporto. Eu cheguei agora do meu trabalho e fui correndo tomar banho pra ver se dava tempo. - Diz Alicia envergonhada.

- Imagina! Eu to feliz por ver você. Mas eu não estou nada feliz em ter que me mudar assim quase no meio do ano, do nada! Só por que nossos pais querem viajar. - Lamenta Laila para a irmã ainda meio irritada.

- Não fique assim, você vai morar comigo e vai ser uma ajuda imensa. Preciso de ajuda para cuidar do Peter. Eu trabalho em um restaurante em meio turno, para ficar ao máximo com o Peter. Já o Tadeu, trabalha nas Indústrias Osbourne e tá sempre viajando, mal para em casa para ficar conosco.

- Eu vou te ajudar sim. Pena que seu marido trabalhe tanto. - Laila da uma longa suspirada.

- Que foi?

- Preciso me matricular em uma nova escola. Mal cheguei e já sinto falta dos meus amigos.

- Você vai conhecer pessoas novas por aqui e vai criar novos amigos. E com a ajuda da tecnologia, temos as redes sociais. Você não vai perder contato com eles.

- É verdade, mas não será a mesma coisa.

- Maninha, pare com essa carinha triste. Vamos almoçar e logo mais atrás de uma escola. Mesmo que seja já 14 horas, você deve estar com fome.

- É... Um pouco.

Alicia e Laila enquanto preparavam o almoço, aproveitaram para colocar o papo em dia. Conversaram muito e Alicia tentava acalmar a irmã mais nova que estava ansiosa por ter se mudado repentinamente.

San Myshuno - Prados de Myshuno - Parque do Centro

Um jovem casal de adolescentes estava aproveitando à tarde para namorar.

- A gente tem que ir ensaiar. - Diz Kolin, o rapaz de cabelos vermelhos para a namorada.

- É, temos. Mas eu prefiro ficar aqui com você. Aproveitar que o parque está com pouco movimento. - Comenta Sarah, a namorada de Kolin.

 Os dois se beijam e o telefone do garoto toca. Ele pega o celular e ignora a ligação. Logo o celular continua tocando.

- Acho melhor atender, Kol. Pode ser o produtor.

- É o meu pai, ele é um pé no saco. Ele tem que me deixar em paz.

- Ele tá pegando no teu pé ainda a respeito da empresa?

- Tá cada dia pior! Eu não quero trabalhar em escritório e ele não entende! E ainda por cima a diretora da nossa escola anda me enchendo o saco porque estou faltando às aulas e que vai chamar meus pais por minhas notas estarem ruins. Se ela falar para meu pai, ele vai me obrigar a ir para escola e depois para empresa.

- Se ela enviar algum bilhete para teu pai é só você falsificar a assinatura do velho e dizer que ele anda ocupado para falar com ela.

- É uma boa ideia.

- Que saco, ainda bem que meus pais não ligam pras minhas notas. - Diz Sarah.

- Chega dessa porra de conversa e vem aqui, quero aproveitar minha gata. - Kolin diz beijando novamente a namorada.

- Vamos, gato? Temos que ir para a casa do Larry para ensaiar.

Os dois vão até a casa de Larry, o primo de Kolin. Larry, Sarah e Kolin, juntamente com um amigo Steven, formam uma banda de adolescentes chamada Platina. Kolin e Sarah são os guitarristas, Larry é o tecladista e Steven, o baterista. Eles ensaiavam durante as tardes na casa de Larry, e de vez em quando, se apresentavam em alguns bares. O sonho dos integrantes é ver sua banda ser famosa.

Duas horas depois, o casal chega até a casa de Larry que ficava há uns 15 minutos do parque.

- Vocês demoraram, hein?! - Diz Alexia, irmã de Larry, reclamando ao receber o casal em sua casa. Ela ajudava com assuntos da banda.

- Perdemos a noção do tempo. - Diz Sarah tranquila.

- Era para vocês terem chegado há duas horas! - Reclama Alexia.

- Já estamos aqui, então para de encher o saco. - Reclama Kolin começando a se irritar. Alexia revira os olhos ao ouvir a reclamação do primo. Ela sabia que ele era cabeça quente e que se continuasse a falar poderia dar uma discussão desnecessária.

O casal juntou-se com Larry  que estava impaciente com a demora de Sarah e Kolin. Logo cada um pegou seu instrumento e ensaiaram. Eles teriam uma apresentação na próxima semana em um bar. O local foi escolhido pelo produtor da banda.

Escola Novo Prisma – próximo a San Myshuno

Sofia e Laila chegam a uma escola próxima do apartamento da irmã mais velha. Escola que tentariam matricular a caçula. As duas ficam um bom tempo conversando com a diretora, que ficou feliz ao ver o histórico escolar de Laila. Uma aluna com excelentes notas e uma ficha exemplar. Nisso, Laila é matriculada, e começaria suas aulas em dois dias, tempo necessário para finalizar a matrícula.

San Myshuno – Apartamento dos Ousborne

Três horas mais tarde depois de a banda ensaiar, Kolin deixa Sarah em casa e vai para seu apartamento. Ele acaba encontrando seu pai e sua mãe esperando por ele, o pai furioso.

- Posso saber onde "o reizinho" estava? - Pergunta Morgan Ousborne, o pai de Kolin. - Sente-se imediatamente!

Todos vão em direção a uma mesa de jantar e lá continuam.

- Tava com a Sarah ensaiando. - O garoto responde impassível.

- Ahhh!! Quer dizer que tava vadiando por ai. Tão ocupado o "imprestável” que não tem tempo para atender ao próprio pai porque fica perdendo o mesmo com uma garota qualquer e uma banda fracassada. - O pai diz com ironia.

- Minha namorada não é uma qualquer e a banda tá bem conhecida. - Diz Kolin começando a ficar bravo com o comentário do pai.

- Cale-se, garoto! Você deveria estar estudando e trabalhando na nossa empresa! Você é o futuro presidente das Indústrias Ousborne e não tá nem ai pra nada! - Fala o pai bravo que sai da sala para tomar banho.

- Humf! - Kolin resmunga e tenta ir para seu quarto, mas é impedido pela mãe, Daiana, que até então só estava observando. Daiana diz para o filho:

- Kolin, a diretora ligou para mim. Vou conversar com ela sobre o seu comportamento  amanhã mesmo!

- Que porra! - Diz Kolin irritado.

- Olha a boca, menino! - Diz Daiana séria, respira fundo e continua. - Filho, você precisa estudar. Você está com 17 anos e reprovou na escola. Deveria estar no terceiro ano do Ensino Médio e está no segundo ano. Você reprovou por falta de frequência.

- Que eu posso fazer se as aulas são um saco.

- Filho, se você continuar a não dar atenção para as suas responsabilidades, seu pai vai acabar te proibindo de namorar e de continuar com sua banda.

- Mas que porra! Eu não suporto aquela escola! E eu não sou obrigado a ser administrador de empresa só porque o meu pai quer! - Kolin joga para a mãe dele e vai correndo pro seu quarto irritado.

Daiana suspira profundamente e começa a pensar no que fazer para ajudar o filho.

              No dia seguinte, na escola novo prisma. Daiana vai até a direção da escola para conversar com a diretora a respeito do comportamento de seu filho.

- Senhora Ousborne, seu filho não está frequentando as aulas, ele está desrespeitando os professores, fica de ironias e se recusa a fazer as tarefas em aula. A senhora sabe que ele reprovou e precisa mudar o seu comportamento. Se ele continuar assim, teremos que tomar medidas drásticas.

- Eu não sei o que fazer com o Kolin. Pensei já em proibi-lo de sair e ficar só da escola para casa, mas ele anda muito rebelde desde que começou a namorar aquela garota, Sarah. Mas seria pior proibir de namorar com ela, ele poderia fugir de casa e eu não sei mesmo o que fazer. - Lamenta a mãe com lágrimas nos olhos.

- Sei que lidar com adolescentes não é nada fácil. Sinto muito em falar isso, mas a senhora precisa ter pulso firme!

- Eu sei.

- O que ajudaria Kolin seria ele andar com pessoas que fizessem com que ele perceba que está agindo errado. Penso em a senhora contratar algum professor para aulas particulares de reforço escolar. Já que além do comportamento, ele está com as notas vermelhas.

- Professor particular? - A mãe pergunta. A diretora ia responder, mas nisso entra uma funcionária pedindo licença a diretora para um dúvida rápida:

- Desculpa diretora Matoso, mas essa aluna aqui disse que trouxe o documento que faltava. - Diz a funcionária. – E a senhora mesma havia me dito que era um caso importante.

- Ah sim! - Diz a diretora ao olhar para a aluna.

- Olá, Laila! Obrigada por trazer seus documentos diretamente para mim, assim posso finalizar sua matrícula o mais rápido possível.

- Eu que agradeço por me aceitarem aqui nesta época do ano. - Laila diz gentil.

- Nós ficamos felizes por uma aluna com um histórico e ficha extraordinária queira fazer parte dessa instituição. - Diz a diretora orgulhosa.

- "Histórico e ficha extraordinários?! Acho que acabo de encontrar a solução para o Kolin". - Pensa Daiana ao ouvir a conversa da diretora com Laila. 

Continua...